Moral Cristã: Dignidade Humana, a Comunidade Humana, os Dez Mandamentos.
Dignidade da Pessoa Humana
· O homem a imagem de Deus: a imagem divina está presente em cada pessoa. Resplandece na Comunhão das pessoas, ‘a semelhança da união das pessoas divinas entre si. A pessoa humana participa da luz e da força do Espírito divino, que o insta a fazer o homem e a evitar o mal. Contudo, instigado pelo maligno, o homem praticou o mal. E devido o pecado original, tornou-se inclinado ao mal e sujeito ao erro. Mas Cristo, pôr sua Paixão, livrou-nos de Satanás e do pecado. Quem crê em Cristo torna-se capaz de agir retamente e de praticar o bem.
· Nossa vocação á bem-aventurança: as bem-aventuranças retomam e completam as promessas de Deus desde Abraão, ordenando-as para o Reino dos Céus. Respondem ao desejo de felicidade que Deus colocou no coração do homem; as bem-aventuranças nos ensinam o fim último ao qual Deus nos Chama: o Reino, a visão de Deus, a participação na natureza divina, a vida eterna, a filiação, o repouso em Deus; a bem-aventurança da vida eterna é um Dom gratuito de Deus; ela é sobrenatural com a graça que a ela conduz; as bem-aventuranças nos colocam diante das escolhas decisivas em relação aos bens terrenos; purificam nosso –ara que aprendamos a amar a Deus sobre todas as coisas; a bem-aventurança do Céu determina os critérios de discernimento no uso dos bens terrestres, de acordo com a Lei de Deus; passagens: Mt5,3-12 a ;1Pd1,4.
· A liberdade do homem: “ Deus abandonou o homem nas mãos de sua própria decisão” ( Eclo15,14 ) para que pudesse ele mesmo procurar seu Criador e chegar assim á feliz perfeição; a liberdade é o poder de agir ou não agir ,praticando então a pessoa atos deliberados. Alcança a perfeição do seu ato quando está ordenada para Deus, o sumo Bem; a liberdade caracteriza os atos propriamente humanos. Torna o ser humano responsável pêlos atos dos quais é voluntariamente autor. O seu agir deliberado é algo próprio seu ; a responsabilidade de uma ação pode ser diminuída ou suprimida pela ignorância, violência, medo e outros fatores psíquicos ou sociais; o direito ao exercício da liberdade é uma exigência inseparável da dignidade do homem, sobretudo em matéria religiosa e moral. Mas o exercício da liberdade não implica o suposto direito de tudo dizer e fazer; “ É para liberdade que Cristo nos libertou” ( Gl5,1 ).
· A moralidade dos atos humanos: O objeto ( matéria ), a intenção e as circunstâncias constituem as três “ fontes” da moralidade dos atos humanos; o objeto escolhido especifica moralmente o ato do querer, conforme a razão o reconheça e julgue o bom ou mau; “ não se pode justificar uma ação má com boa intenção”. O fim não justifica os meios ;o ato moralmente bom supõe a bondade do objeto, da finalidade e das circunstâncias; existem comportamentos concretos cuja escolha é sempre errônea, porque escolhe-los significa uma desordem da vontade , isto é, um mal moral. Não é permitido fazer o mal para que dele resulte o bem.
· A moralidade das paixões: o termo “ paixões” designa as afeições ou os sentimentos. Através de suas paixões , o homem pressente o bem e desconfia do mal ; as principais paixões são o amor, o ódio, o desejo, o medo , a alegria, a tristeza e a cólera ( ira );nas paixões, como movimentos da sensibilidade, não há bem ou mal moral; as paixões e os sentimentos podem ser assumidos em virtudes ou pervertidos em vícios; a perfeição e o bem moral consiste em que o homem não seja movido ao bem exclusivamente pela vontade, mas também pelo coração”.
· A consciência moral: “ a consciência é o núcleo secretíssimo e o sacrário do homem onde ele está sozinho com Deus e onde ressoa sua voz”; a consciência moral é um julgamento da razão pelo qual a pessoa humana reconhece a qualidade moral de um ato concreto ;para o homem que cometeu o mal; o veredicto de sua consciência permanece um penhor de conversão e de esperança; uma consciência bem formada é reta e verídica. formula seus julgamentos seguindo a razão de acordo com o bem verdadeiro, querido pela sabedoria de Criador. Cada qual deve lançar mão de recursos para formar sua consciência; colocada diante de uma escolha moral, a consciência pode um julgamento correto de acordo com a razão e a lei divina ou, ao contrário, um julgamento errôneo que se afasta delas; o ser humano deve obedecer sempre ao juízo certo da consciência; a consciência moral pode permanecer na ignorância ou fazer julgamentos errôneos. Esta ignorância e estes erros nem sempre são isentos de culpa; a palavra de Deus é luz para nossos passos. È preciso que assimilemos na fé e na oração e a coloquemos em prática. Assim se forma a consciência moral.
As Virtudes
I- As Virtudes Humanas
· São atitudes firmes, perfeições habituais da inteligência e da vontade que regulam nossos atos, ordenando as nossas paixões e guiando-nos segundo a razão e a fé. Pessoa virtuosa é aquela que livremente pratica o bem.
· Podem ser agrupadas em torno de quatro virtudes cardeais: a prudência a justiça, a fortaleza e a temperança.
1. Prudência: dispõe a razão prática a discernir em qualquer circunstância, nosso verdadeiro bem e a escolher os meios adequados para realizar.
2. Fortaleza: dá segurança nas dificuldades , firmeza e constância na busca do bem.
3. Temperança: modera a atração dos prazeres sensíveis.
4. Justiça: consiste na vontade constante e firme de dar a Deus e ao Próximo o que lhes é devido.
· As virtudes morais crescem pela educação, pêlos atos deliberados e pela perseverança no esforço. A graça divina as purifica e as eleva.
II- As Virtudes Teologais
· As Virtudes Teologais se referem diretamente a Deus. Elas fundamentam ,animam e caracterizam o agir moral do cristão. Informam e vivificam todas as virtudes morais. São infundidas pôr Deus na alma dos fiéis para serem capazes de agir como seus filhos e merecer a vida eterna. Há três virtudes Teologais: a fé, a esperança e a caridade.
1. Fé : pela fé nós cremos em Deus e em tudo o que Ele nos revelou e que a Santa Igreja nos Propõe crer.
2. Esperança: pela esperança, desejamos e aguardamos de Deus, com firme confiança, a vida eterna e as graças para merecê-la.
3. Caridade: pela caridade, amamos a Deus sobre todas as coisas e ao nosso próximo como a nós mesmos pôr amor a Deus. Ela é o “vinculo da perfeição” ( Cl3,14 ) e a forma de todas as virtudes.
· Os sete dons do Espírito Santo: sabedoria, inteligência, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor a Deus.
· Os doze frutos do Espírito Santo : “ caridade, alegria, paz, paciência, longanimidade, bondade, benignidade, mansidão, fidelidade, modéstia, continência, castidade”( Gl5,22-23 ).
O pecado
· Definição: o pecado é “uma palavra , um ato ou um desejo contrário ‘a lei eterna” . É uma ofensa a Deus. Fere a natureza do homem e ofende a solidariedade humana.
· A raiz de todos os pecados está no coração do homem.
· As espécies e a gravidade dos mesmos medem-se principalmente segundo seu objeto.
· Convém avaliar os pecados segundo sua gravidade:
Pecado mortal:
1. Destrói a caridade no coração do homem pôr uma infração grave da lei de Deus.
2. Desvia o homem de Deus, que é seu fim último e bem-aventurança, preferindo um bem inferior . Caso não haja arrependimento, acarreta a morte eterna.
Pecado venial:
1. Deixa subsistir a caridade, embora ofenda e fira.
· Para que um pecado seja mortal requerem-se três condições ao mesmo tempo : “ o pecado tem como objeto uma matéria grave, e que é cometido com plena consciência e deliberadamente”. Ou seja, tem que haver o conhecimento, o desejo e a execução.
· A repetição dos pecados , mesmos veniais, produz os vícios, entre os quais avultam os pecados capitais.
Os sete pecados capitais ( Capt = cabeça )
· Orgulho
· Avareza ( soberba )
· Inveja
· Ira ( cólera )
· Impureza ( luxúria )
· Gula
· Preguiça.
A Comunidade Humana
A vocação da humanidade consiste em manifestar a imagem de Deus e ser transformada ‘a imagem do Filho único do Pai. Esta vocação implica uma dimensão pessoal, pois cada um é chamado a entrar na bem-aventurança divina; mas concerne também ao conjunto da comunidade humana.
A Participação na Vida Social
A autoridade- “ A sociedade humana não estará bem constituída nem será fecunda a não ser que lhe presida uma autoridade legítima que salvaguarde as instituições e dedique o necessário trabalho e esforço ao bem comum”.
A autoridade exigida pela ordem moral emana de Deus : Rm13,1-2.
A Salvação de Deus: a Lei e a Graça
Chamado a felicidade, mas ferido pelo pecado, o homem tem necessidade da salvação de Deus. O socorro divino lhe é dado em Cristo pela lei que o dirige e na graça que o sustenta. Prescreve ao homem os caminhos, as regras de comportamento que levam ‘a felicidade presente; proscreve os caminhos do mal que desviam de Deus, e de seu amor. È ao mesmo tempo firme nos seus preceitos e amorosa em suas promessas.
A Lei Antiga
A Lei Antiga é o primeiro estágio da Lei revelada. Suas prescrições morais se acham resumidas nos Dez Mandamentos. Os preceitos do Decálogo assentam as bases da vocação do homem, feito ‘a imagem de Deus; proíbem aquilo que é contrário ao amor de Deus e do próximo, e prescrevem o que lhe é essencial. O Decálogo é uma luz oferecida ‘a consciência de todo homem para lhe manifestar o chamamento e os caminhos de Deus, e protegê-lo do mal.
A Nova Lei ou Lei Evangélica
A Nova Lei é a perfeição ,na terra ,da lei divina, natural e revelada. Ela é a obra do Cristo e se Exprime particularmente no Sermão da Montanha. É também obra do Espírito Santo , e pôr ele vem a ser a lei interior de caridade: Hb8,8-10.
A Igreja, Mãe e Educadora
É em Igreja, em comunhão com todos os batizados, que o cristão realiza sua vocação . Da Igreja recebe a palavra de Deus, que contém os ensinamentos da “lei de Cristo” ( Gl6,2 ). Da igreja recebe a graça dos sacramentos, que o sustenta “ no caminho”. Da Igreja apreende o exemplo da santidade; reconhece a sua figura e a sua fonte em Maria, a Virgem Santíssima; discerne-a no testemunho autêntico daqueles que a vivem, descobre-a na tradição espiritual e na longa história dos santos que o precederam e que a Liturgia celebra no ritmo do Santoral.
Vida Moral e Magistério da Igreja
A Igreja , “ coluna e sustentáculo da verdade” ( 1Tm3,15 ), “ recebeu dos Apóstolos o solene mandamento de Cristo de pregar a verdade da salvação”. Compete ‘a Igreja anunciar sempre e pôr toda parte os princípios morais, mesmo referentes ‘a ordem social, e pronunciar-se a respeito de qualquer questão humana, enquanto o exigirem os direitos fundamentais da pessoa humana ou a salvação das almas”.
A lei de Deus confiada ‘a Igreja é ensinada aos fiéis como caminho de vida e verdade. Os fiéis têm portanto o direito de serem instruídos nos preceitos divinos salutares que purificam o juízo e, com a graça, curam a razão humana ferida. Têm o dever de observar as constituições e os decretos promulgados pela legítima autoridade da Igreja. Mesmo que sejam disciplinares, tais determinações exigem a docilidade na caridade.
Os Mandamentos da Igreja
Os mandamentos da Igreja situam-se nesta linha de uma vida moral ligada ‘a vida litúrgica e que dela se alimenta. O caráter obrigatório dessas leis positivas promulgadas pelas autoridades pastorais tem como fim garantir aos fiéis o mínimo indispensável no espírito de oração e no esforço moral , no crescimento do amor de Deus e do próximo.
O primeiro mandamento da Igreja ( “ Participar missa inteira nos domingos e festas de guarda” ) ordena os fiéis que tomam parte na celebração eucarística onde se reúne a comunidade cristã ,no dia que comemora a ressurreição do Senhor.
O segundo mandamento ( “ Confessar-se ao menos uma vez pôr ano” )assegura a preparação para a Eucaristia pela recepção do sacramento da reconciliação, que continua a obra de conversão e perdão do Batismo.
O terceiro mandamento ( “ Comungar pelo menos pela Páscoa da ressurreição” ) garante um mínimo na recepção do Corpo e do Sangue do Senhor em ligação com as festas pascais, origem e centro da Liturgia cristã.
O quarto mandamento ( “ Santificar as festas de preceito” ) completa a observância dominical pela participação nas principais festas litúrgica , que veneram os mistérios do Senhor, a Virgem Maria e os Santos.
O quinto mandamento ( “ Jejuar a abster-se de carne, conforme manda a Santa Mãe Igreja” ) determina os tempos de ascese e penitência que nos preparam para as festas litúrgica; contribuem para nos fazer adquirir o domínio sobre os nossos instintos e a liberdade do coração.
Os fiéis cristãos têm ainda a obrigação de atender, cada um segundo as suas capacidades, as necessidades materiais da Igreja.
Os Dez Mandamentos
O primeiro mandamento ( “ Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças” : Dt6,5. ) convida o homem a crer em Deus, a esperar nele e a amá-lo acima de tudo.
O segundo mandamento ( “ Não pronunciarás em vão o nome do Senhor teu Deus”: Ex20,7;Dt5,11. ) prescreve respeitar o nome do Senhor. O nome do Senhor é Santo.
O terceiro mandamento ( “ Guardarás o dia de Sábado para santificá-lo”: Dt5,12. “ No sétimo dia se fará repouso absoluto em honra do Senhor”: Ex31,15) lembra a santidade do Sábado. O Sábado, que representava o termo da primeira criação, é substituído pelo Domingo, que lembra a criação nova, inaugurada com a Ressurreição de Cristo.
No quarto mandamento ( “ Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá”: Ex20,12 ) Deus quis que, depois dele, honrássemos nossos pais e os que ele, para nosso bem, investiu de autoridade.
O quinto mandamento ( “ Não matarás”: Ex20,13 ) prescreve que só que só Deus é dono da vida, do começo ao fim. Toda a vida humana , desde o momento da concepção até a morte, é sagrada porque a pessoa humana foi querida por si mesma ‘a imagem e semelhança do Deus vivo e santo.
O sexto mandamento ( “ Não cometerás adultério” : Ex20,14; Dt5,17 ). A aliança que os esposos contraíram livremente implica um amor fiel. Impõe-lhes a obrigação de guardar seu casamento indissolúvel.
O sétimo mandamento ( “ Não roubarás” : Ex20,15; Dt5,19. ) proíbe tomar ou reter injustamente os bens do próximo ou lesá-lo, de qualquer modo, nos mesmos bens. Prescreve a prática da justiça e da caridade na administração dos bens terrenos e dos frutos do trabalho dos homens.
O oitavo mandamento ( “ Não levantarás falso testemunho contra teu próximo”: Ex20,16) proíbe falsear a verdade nas relações com os outros. Essa proibição moral decorre da vocação do povo santo a ser testemunha de seu Deus, que é quer a verdade. As ofensas ‘a verdade exprimem, por palavras ou atos, uma recusa de abraçar a retidão moral: são infidelidade fundamentais a Deus e, neste sentido, minam as bases da Aliança.
O nono mandamento ( “ Não desejar a mulher do próximo”: Ex20,17. “Todo aquele que olha para uma mulher com desejo libidinoso já cometeu adultério com ela em seu coração”: Mt5,28 ) adverte contra a cobiça ou concupiscência carnal. A luta contra a cobiça carnal passa pela purificação do coração e a prática da temperança.
O décimo mandamento ( “ Não cobiçar as coisas alheias”: Dt5,21 ) proíbe a ambição desregrada, nascida da paixão imoderada das riquezas e de seu poder. A inveja é a tristeza sentida diante do bem de outrem e o desejo imoderado de ele se apropriar. É um vício capital.
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