domingo, 21 de dezembro de 2008

A Imaculada Conceição de Nossa Senhora

Escrito por Maria Fernanda Barroca

Celebra-se a 8 de Dezembro em todo o mundo católico a Solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, dogma de fé para os crentes que consideravam Maria como Imaculada, mesmo antes da proclamação do dogma pelo Papa Pio IX.
Ao proclamar em 1894 o dogma, Pio IX escreveu : “(...) a bem-aventurada Virgem Maria foi preservada imune de toda a mancha do pecado original no primeiro instante da sua conceição por singular graça e privilégio de Deus Omnipotente, em atenção aos méritos de Jesus Cristo Salvador do género humano”. Abro aqui um parêntesis para fazer a distinção entre «Imaculada Conceição» e «conceição virginal». Jesus foi concebido por obra do Espírito Santo, sem intervenção humana – Maria foi Virgem antes do parto, no parto e depois do parto. A isto se chama «conceição virginal». E o que significa «Imaculada Conceição? Significa que Maria foi concebida de um modo natural, dentro do matrimónio de Joaquim e de Ana, só que , desde o momento da sua conceição foi imune do pecado original, aquele pecado que é transmitido de geração em geração a todas as criaturas desde que os nossos primeiros pais desobedeceram a Deus. Não é pois um pecado cometido, mas transmitido. Nossa Senhora foi isenta em virtude da sua escolha para ser Mãe de Deus – o maior dos privilégios de Maria. A Redenção que Jesus Cristo nos alcançou com a Sua Paixão, Morte e Ressurreição, foi aplicada a Maria por antecipação. Quando Deus criou o homem quis revesti-lo da maior dignidade e por isso lhe deu a liberdade. Ao fazer mau uso dessa liberdade desobedecendo a Deus o homem fez entrar no mundo o pecado e ficou exposto à dor e à morte. Deus disse à mulher: “«Aumentarei os sofrimentos da tua gravidez, os teus filhos hão-de nascer entre dores. Procurarás com paixão a quem serás sujeita, o teu marido». A seguir disse ao homem: «Porque ouviste as palavras da tua mulher e comeste o fruto da árvore a respeito da qual eu te havia ordenado : ‘nunca deveis comer o fruto desta árvore’, maldita seja a terra por tua causa. E dela só arrancarás alimento à custa de penoso trabalho, em todos os dias da tua vida»”.(Gen 3, 16-17) Logo após a queda, Deus prometeu um Redentor, para vencer o mal. O Senhor disse à serpente: “Farei reinar a inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta esmagar-te-á a cabeça, ao tentares mordê-la no calcanhar”. (Gen 3 , 15) No Catecismo da Igreja Católica no nº 324 pode ler-se: “A permissão divina do mal físico e do mal moral é um mistério, que Deus esclarece por seu Filho Jesus Cristo, morto e ressuscitado para vencer o mal. A fé dá-nos a certeza de que Deus não permitiria o mal, se do próprio mal não fizesse sair o bem, por caminhos que só na vida eterna conheceremos plenamente”. O privilégio da Imaculada Conceição era festejado no Oriente já no século VIII, e no seguinte, no Ocidente. No século XV o Papa Sixto IV da Ordem Franciscana, seguindo as tradições dos seus confrades estendeu-a a toda a Igreja. Nós portugueses temos uma obrigação muito particular de honrar a Maria na sua Imaculada Conceição, uma vez que Ela é a nossa Padroeira desde o tempo de D. João IV. Este em 25.03.1646 proclamou solenemente: «tomar como padroeira de nossos Reinos e Senhorios a Santíssima Virgem Nossa Senhora da Comceição...confessar e deffender, te dar a vida, sendo necessário, que a Virgem Senhora May de Deus foi concebida sem pecado original». O Rei ao fazer esta proclamação depositou aos pés de Nossa Senhora a sua coroa real e a partir daí mais nenhum rei português ousou usar a coroa, pois consideravam que ela pertencia a Nossa Senhora, feita Rainha e Padroeira de Portugal. O Solar da Padroeira foi a Igreja de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, mandada construir em 1420 pelo Santo Condestável. Em 08.05.1671 o Papa Clemente X confirmou essa eleição, tendo o Papa Pio XI renovado a confirmação em 25.03.1936.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

A Vida em Cristo

Moral Cristã: Dignidade Humana, a Comunidade Humana, os Dez Mandamentos.

Dignidade da Pessoa Humana

· O homem a imagem de Deus: a imagem divina está presente em cada pessoa. Resplandece na Comunhão das pessoas, ‘a semelhança da união das pessoas divinas entre si. A pessoa humana participa da luz e da força do Espírito divino, que o insta a fazer o homem e a evitar o mal. Contudo, instigado pelo maligno, o homem praticou o mal. E devido o pecado original, tornou-se inclinado ao mal e sujeito ao erro. Mas Cristo, pôr sua Paixão, livrou-nos de Satanás e do pecado. Quem crê em Cristo torna-se capaz de agir retamente e de praticar o bem.
· Nossa vocação á bem-aventurança: as bem-aventuranças retomam e completam as promessas de Deus desde Abraão, ordenando-as para o Reino dos Céus. Respondem ao desejo de felicidade que Deus colocou no coração do homem; as bem-aventuranças nos ensinam o fim último ao qual Deus nos Chama: o Reino, a visão de Deus, a participação na natureza divina, a vida eterna, a filiação, o repouso em Deus; a bem-aventurança da vida eterna é um Dom gratuito de Deus; ela é sobrenatural com a graça que a ela conduz; as bem-aventuranças nos colocam diante das escolhas decisivas em relação aos bens terrenos; purificam nosso –ara que aprendamos a amar a Deus sobre todas as coisas; a bem-aventurança do Céu determina os critérios de discernimento no uso dos bens terrestres, de acordo com a Lei de Deus; passagens: Mt5,3-12 a ;1Pd1,4.
· A liberdade do homem: “ Deus abandonou o homem nas mãos de sua própria decisão” ( Eclo15,14 ) para que pudesse ele mesmo procurar seu Criador e chegar assim á feliz perfeição; a liberdade é o poder de agir ou não agir ,praticando então a pessoa atos deliberados. Alcança a perfeição do seu ato quando está ordenada para Deus, o sumo Bem; a liberdade caracteriza os atos propriamente humanos. Torna o ser humano responsável pêlos atos dos quais é voluntariamente autor. O seu agir deliberado é algo próprio seu ; a responsabilidade de uma ação pode ser diminuída ou suprimida pela ignorância, violência, medo e outros fatores psíquicos ou sociais; o direito ao exercício da liberdade é uma exigência inseparável da dignidade do homem, sobretudo em matéria religiosa e moral. Mas o exercício da liberdade não implica o suposto direito de tudo dizer e fazer; “ É para liberdade que Cristo nos libertou” ( Gl5,1 ).
· A moralidade dos atos humanos: O objeto ( matéria ), a intenção e as circunstâncias constituem as três “ fontes” da moralidade dos atos humanos; o objeto escolhido especifica moralmente o ato do querer, conforme a razão o reconheça e julgue o bom ou mau; “ não se pode justificar uma ação má com boa intenção”. O fim não justifica os meios ;o ato moralmente bom supõe a bondade do objeto, da finalidade e das circunstâncias; existem comportamentos concretos cuja escolha é sempre errônea, porque escolhe-los significa uma desordem da vontade , isto é, um mal moral. Não é permitido fazer o mal para que dele resulte o bem.
· A moralidade das paixões: o termo “ paixões” designa as afeições ou os sentimentos. Através de suas paixões , o homem pressente o bem e desconfia do mal ; as principais paixões são o amor, o ódio, o desejo, o medo , a alegria, a tristeza e a cólera ( ira );nas paixões, como movimentos da sensibilidade, não há bem ou mal moral; as paixões e os sentimentos podem ser assumidos em virtudes ou pervertidos em vícios; a perfeição e o bem moral consiste em que o homem não seja movido ao bem exclusivamente pela vontade, mas também pelo coração”.
· A consciência moral: “ a consciência é o núcleo secretíssimo e o sacrário do homem onde ele está sozinho com Deus e onde ressoa sua voz”; a consciência moral é um julgamento da razão pelo qual a pessoa humana reconhece a qualidade moral de um ato concreto ;para o homem que cometeu o mal; o veredicto de sua consciência permanece um penhor de conversão e de esperança; uma consciência bem formada é reta e verídica. formula seus julgamentos seguindo a razão de acordo com o bem verdadeiro, querido pela sabedoria de Criador. Cada qual deve lançar mão de recursos para formar sua consciência; colocada diante de uma escolha moral, a consciência pode um julgamento correto de acordo com a razão e a lei divina ou, ao contrário, um julgamento errôneo que se afasta delas; o ser humano deve obedecer sempre ao juízo certo da consciência; a consciência moral pode permanecer na ignorância ou fazer julgamentos errôneos. Esta ignorância e estes erros nem sempre são isentos de culpa; a palavra de Deus é luz para nossos passos. È preciso que assimilemos na fé e na oração e a coloquemos em prática. Assim se forma a consciência moral.

As Virtudes

I- As Virtudes Humanas

· São atitudes firmes, perfeições habituais da inteligência e da vontade que regulam nossos atos, ordenando as nossas paixões e guiando-nos segundo a razão e a fé. Pessoa virtuosa é aquela que livremente pratica o bem.
· Podem ser agrupadas em torno de quatro virtudes cardeais: a prudência a justiça, a fortaleza e a temperança.
1. Prudência: dispõe a razão prática a discernir em qualquer circunstância, nosso verdadeiro bem e a escolher os meios adequados para realizar.
2. Fortaleza: dá segurança nas dificuldades , firmeza e constância na busca do bem.
3. Temperança: modera a atração dos prazeres sensíveis.
4. Justiça: consiste na vontade constante e firme de dar a Deus e ao Próximo o que lhes é devido.

· As virtudes morais crescem pela educação, pêlos atos deliberados e pela perseverança no esforço. A graça divina as purifica e as eleva.

II- As Virtudes Teologais

· As Virtudes Teologais se referem diretamente a Deus. Elas fundamentam ,animam e caracterizam o agir moral do cristão. Informam e vivificam todas as virtudes morais. São infundidas pôr Deus na alma dos fiéis para serem capazes de agir como seus filhos e merecer a vida eterna. Há três virtudes Teologais: a fé, a esperança e a caridade.
1. Fé : pela fé nós cremos em Deus e em tudo o que Ele nos revelou e que a Santa Igreja nos Propõe crer.
2. Esperança: pela esperança, desejamos e aguardamos de Deus, com firme confiança, a vida eterna e as graças para merecê-la.
3. Caridade: pela caridade, amamos a Deus sobre todas as coisas e ao nosso próximo como a nós mesmos pôr amor a Deus. Ela é o “vinculo da perfeição” ( Cl3,14 ) e a forma de todas as virtudes.
· Os sete dons do Espírito Santo: sabedoria, inteligência, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor a Deus.
· Os doze frutos do Espírito Santo : “ caridade, alegria, paz, paciência, longanimidade, bondade, benignidade, mansidão, fidelidade, modéstia, continência, castidade”( Gl5,22-23 ).

O pecado

· Definição: o pecado é “uma palavra , um ato ou um desejo contrário ‘a lei eterna” . É uma ofensa a Deus. Fere a natureza do homem e ofende a solidariedade humana.
· A raiz de todos os pecados está no coração do homem.
· As espécies e a gravidade dos mesmos medem-se principalmente segundo seu objeto.
· Convém avaliar os pecados segundo sua gravidade:

Pecado mortal:
1. Destrói a caridade no coração do homem pôr uma infração grave da lei de Deus.
2. Desvia o homem de Deus, que é seu fim último e bem-aventurança, preferindo um bem inferior . Caso não haja arrependimento, acarreta a morte eterna.

Pecado venial:
1. Deixa subsistir a caridade, embora ofenda e fira.
· Para que um pecado seja mortal requerem-se três condições ao mesmo tempo : “ o pecado tem como objeto uma matéria grave, e que é cometido com plena consciência e deliberadamente”. Ou seja, tem que haver o conhecimento, o desejo e a execução.
· A repetição dos pecados , mesmos veniais, produz os vícios, entre os quais avultam os pecados capitais.

Os sete pecados capitais ( Capt = cabeça )

· Orgulho
· Avareza ( soberba )
· Inveja
· Ira ( cólera )
· Impureza ( luxúria )
· Gula
· Preguiça.


A Comunidade Humana

A vocação da humanidade consiste em manifestar a imagem de Deus e ser transformada ‘a imagem do Filho único do Pai. Esta vocação implica uma dimensão pessoal, pois cada um é chamado a entrar na bem-aventurança divina; mas concerne também ao conjunto da comunidade humana.

A Participação na Vida Social

A autoridade- “ A sociedade humana não estará bem constituída nem será fecunda a não ser que lhe presida uma autoridade legítima que salvaguarde as instituições e dedique o necessário trabalho e esforço ao bem comum”.
A autoridade exigida pela ordem moral emana de Deus : Rm13,1-2.

A Salvação de Deus: a Lei e a Graça

Chamado a felicidade, mas ferido pelo pecado, o homem tem necessidade da salvação de Deus. O socorro divino lhe é dado em Cristo pela lei que o dirige e na graça que o sustenta. Prescreve ao homem os caminhos, as regras de comportamento que levam ‘a felicidade presente; proscreve os caminhos do mal que desviam de Deus, e de seu amor. È ao mesmo tempo firme nos seus preceitos e amorosa em suas promessas.

A Lei Antiga

A Lei Antiga é o primeiro estágio da Lei revelada. Suas prescrições morais se acham resumidas nos Dez Mandamentos. Os preceitos do Decálogo assentam as bases da vocação do homem, feito ‘a imagem de Deus; proíbem aquilo que é contrário ao amor de Deus e do próximo, e prescrevem o que lhe é essencial. O Decálogo é uma luz oferecida ‘a consciência de todo homem para lhe manifestar o chamamento e os caminhos de Deus, e protegê-lo do mal.

A Nova Lei ou Lei Evangélica

A Nova Lei é a perfeição ,na terra ,da lei divina, natural e revelada. Ela é a obra do Cristo e se Exprime particularmente no Sermão da Montanha. É também obra do Espírito Santo , e pôr ele vem a ser a lei interior de caridade: Hb8,8-10.

A Igreja, Mãe e Educadora

É em Igreja, em comunhão com todos os batizados, que o cristão realiza sua vocação . Da Igreja recebe a palavra de Deus, que contém os ensinamentos da “lei de Cristo” ( Gl6,2 ). Da igreja recebe a graça dos sacramentos, que o sustenta “ no caminho”. Da Igreja apreende o exemplo da santidade; reconhece a sua figura e a sua fonte em Maria, a Virgem Santíssima; discerne-a no testemunho autêntico daqueles que a vivem, descobre-a na tradição espiritual e na longa história dos santos que o precederam e que a Liturgia celebra no ritmo do Santoral.

Vida Moral e Magistério da Igreja

A Igreja , “ coluna e sustentáculo da verdade” ( 1Tm3,15 ), “ recebeu dos Apóstolos o solene mandamento de Cristo de pregar a verdade da salvação”. Compete ‘a Igreja anunciar sempre e pôr toda parte os princípios morais, mesmo referentes ‘a ordem social, e pronunciar-se a respeito de qualquer questão humana, enquanto o exigirem os direitos fundamentais da pessoa humana ou a salvação das almas”.
A lei de Deus confiada ‘a Igreja é ensinada aos fiéis como caminho de vida e verdade. Os fiéis têm portanto o direito de serem instruídos nos preceitos divinos salutares que purificam o juízo e, com a graça, curam a razão humana ferida. Têm o dever de observar as constituições e os decretos promulgados pela legítima autoridade da Igreja. Mesmo que sejam disciplinares, tais determinações exigem a docilidade na caridade.

Os Mandamentos da Igreja

Os mandamentos da Igreja situam-se nesta linha de uma vida moral ligada ‘a vida litúrgica e que dela se alimenta. O caráter obrigatório dessas leis positivas promulgadas pelas autoridades pastorais tem como fim garantir aos fiéis o mínimo indispensável no espírito de oração e no esforço moral , no crescimento do amor de Deus e do próximo.

O primeiro mandamento da Igreja ( “ Participar missa inteira nos domingos e festas de guarda” ) ordena os fiéis que tomam parte na celebração eucarística onde se reúne a comunidade cristã ,no dia que comemora a ressurreição do Senhor.

O segundo mandamento ( “ Confessar-se ao menos uma vez pôr ano” )assegura a preparação para a Eucaristia pela recepção do sacramento da reconciliação, que continua a obra de conversão e perdão do Batismo.

O terceiro mandamento ( “ Comungar pelo menos pela Páscoa da ressurreição” ) garante um mínimo na recepção do Corpo e do Sangue do Senhor em ligação com as festas pascais, origem e centro da Liturgia cristã.

O quarto mandamento ( “ Santificar as festas de preceito” ) completa a observância dominical pela participação nas principais festas litúrgica , que veneram os mistérios do Senhor, a Virgem Maria e os Santos.
O quinto mandamento ( “ Jejuar a abster-se de carne, conforme manda a Santa Mãe Igreja” ) determina os tempos de ascese e penitência que nos preparam para as festas litúrgica; contribuem para nos fazer adquirir o domínio sobre os nossos instintos e a liberdade do coração.
Os fiéis cristãos têm ainda a obrigação de atender, cada um segundo as suas capacidades, as necessidades materiais da Igreja.

Os Dez Mandamentos

O primeiro mandamento ( “ Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças” : Dt6,5. ) convida o homem a crer em Deus, a esperar nele e a amá-lo acima de tudo.
O segundo mandamento ( “ Não pronunciarás em vão o nome do Senhor teu Deus”: Ex20,7;Dt5,11. ) prescreve respeitar o nome do Senhor. O nome do Senhor é Santo.
O terceiro mandamento ( “ Guardarás o dia de Sábado para santificá-lo”: Dt5,12. “ No sétimo dia se fará repouso absoluto em honra do Senhor”: Ex31,15) lembra a santidade do Sábado. O Sábado, que representava o termo da primeira criação, é substituído pelo Domingo, que lembra a criação nova, inaugurada com a Ressurreição de Cristo.
No quarto mandamento ( “ Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá”: Ex20,12 ) Deus quis que, depois dele, honrássemos nossos pais e os que ele, para nosso bem, investiu de autoridade.
O quinto mandamento ( “ Não matarás”: Ex20,13 ) prescreve que só que só Deus é dono da vida, do começo ao fim. Toda a vida humana , desde o momento da concepção até a morte, é sagrada porque a pessoa humana foi querida por si mesma ‘a imagem e semelhança do Deus vivo e santo.
O sexto mandamento ( “ Não cometerás adultério” : Ex20,14; Dt5,17 ). A aliança que os esposos contraíram livremente implica um amor fiel. Impõe-lhes a obrigação de guardar seu casamento indissolúvel.
O sétimo mandamento ( “ Não roubarás” : Ex20,15; Dt5,19. ) proíbe tomar ou reter injustamente os bens do próximo ou lesá-lo, de qualquer modo, nos mesmos bens. Prescreve a prática da justiça e da caridade na administração dos bens terrenos e dos frutos do trabalho dos homens.
O oitavo mandamento ( “ Não levantarás falso testemunho contra teu próximo”: Ex20,16) proíbe falsear a verdade nas relações com os outros. Essa proibição moral decorre da vocação do povo santo a ser testemunha de seu Deus, que é quer a verdade. As ofensas ‘a verdade exprimem, por palavras ou atos, uma recusa de abraçar a retidão moral: são infidelidade fundamentais a Deus e, neste sentido, minam as bases da Aliança.
O nono mandamento ( “ Não desejar a mulher do próximo”: Ex20,17. “Todo aquele que olha para uma mulher com desejo libidinoso já cometeu adultério com ela em seu coração”: Mt5,28 ) adverte contra a cobiça ou concupiscência carnal. A luta contra a cobiça carnal passa pela purificação do coração e a prática da temperança.
O décimo mandamento ( “ Não cobiçar as coisas alheias”: Dt5,21 ) proíbe a ambição desregrada, nascida da paixão imoderada das riquezas e de seu poder. A inveja é a tristeza sentida diante do bem de outrem e o desejo imoderado de ele se apropriar. É um vício capital.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

PAPA PEDE QUE MENSAGEM DE LOURDES SEJA FORTALECIDA

O papa Bento XVI desejou neste domingo que na mensagem de Lourdes a Igreja possa "encontrar um vigor novo e se fortalecer para proclamar sempre com maior audácia o mistério de Cristo". O Pontífice fez essas afirmações durante a missa celebrada em Lourdes, em comemoração aos 150 anos da aparição da Virgem Maria. Joseph Ratzinger, que realizou a celebração com o bispo de Lourdes, Jacques Perrier, e com secretário de Estado do Vaticano, Tarcisio Bertone, ao seu lado, especificou que a mensagem transmitida pela Virgem em Lourdes é de uma "humanidade nova". "Com uma dependência total de Deus, Maria expressa na realidade uma atitude de plena liberdade, fundada no pleno respeito de sua dignidade", defendeu. Os homens "marcados pelo pecado, são salvados na esperança", destacou.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

A cruz não é facultativa

Este meio-dia milhares de fiéis e peregrinos chegaram até Castelgandolfo para rezar o Ângelus dominical com o Papa Bento XVI, quem em suas palavras introdutórias à oração Mariana lembrou que diante do mal, a única resposta é a força do amor que vence ao ódio pelo que para todo cristão levar a Cruz não é algo facultativo a não ser uma missão que deve ser abraçada com amor.O Pontífice meditou sobre o Evangelho de hoje dirigindo-se à figura do Apóstolo Pedro, quem “enquanto no domingo passado admiramos por sua sincera fé em Jesus, proclamado Messias e Filho de Deus, esta vez mostra uma fé ainda imatura e muito apegada à ‘mentalidade deste mundo’”.“É evidente que o Mestre e o discípulo seguem dois modos de pensar opostos. Pedro, segundo uma lógica humana, está convencido que Deus não permitiria nunca que seu Filho termine sua missão morrendo na cruz. Jesus, pelo contrário, sabe que o Pai, em seu imenso amor pelos homens, enviou-o a dar a vida por eles, e que se isto implicar a paixão e a cruz, é justo que assim seja”, precisou o Papa.Do mesmo modo, o Santo Padre fez notar que Jesus “sabe que a última palavra será a ressurreição. O protesto de Pedro, embora é pronunciada de boa fé e por sincero amor para o Mestre, é vista por Jesus como uma tentação, um convite a salvar-se a si mesmo, quando somente perdendo sua vida poderá receber a nova e eterna vida para todos
nós”.Continuando com sua meditação, Bento XVI lembrou que “se para nos salvar, o Filho de Deus teve que sofrer e morrer crucificado, não é certamente por um cruel desígnio do Pai celeste” mas sim se deve à “gravidade da enfermidade da que nos tinha que curar: um mal tão sério e mortal ao ponto de exigir todo o seu sangue”.“Em efeito –prosseguiu– é com sua morte e ressurreição que Jesus venceu ao pecado e à morte restabelecendo a senhoria de Deus. Mas a luta não terminou: o mal existe e resiste todas as gerações até nossos dias. O que são os horrores da guerra, a violência contra os inocentes, a miséria e a injustiça com os fracos, senão a oposição do mal ao reino de Deus? E como responder a tanta maldade se não ser com a força desarmada do amor que vence o ódio, da vida que não teme a morte?”Mais adiante o Papa destacou que para cumprir a obra de salvação o Redentor chama homens e mulheres a tomar a cruz e segui-lo e que “para os cristãos o levar a cruz não é algo facultativo, porém é uma missão que deve ser abraçada por amor. Cristo não cessa de fazer a todos um claro convite: quem quiser ser o meu discípulo, que renuncie ao próprio egoísmo e leve comigo a cruz”.Seguidamente, o Santo Padre rezou o Ângelus, saudou aos presentes em diversas línguas e deu a sua Bênção Apostólica.
http://www.universocatolico.com.br/content/view/14642/98/

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Verdades Mariológicas

Credo do Povo de Deus

“Cremos que Maria Santíssima, que permaneceu sempre Virgem, tornou-se Mãe do Verbo Encarnado, nosso Deus e Salvador, Jesus Cristo; e que, por motivo desta eleição singular, em consideração dos méritos de seu Filho, foi remida de modo mais sublime e preservada imune de toda mancha do pecado original; e que supera de longe todas as demais criaturas, pelo dom de uma graça insigne”.
Associada por um vínculo estreito e indissolúvel aos mistérios da encarnação e da redenção, a Santíssima Virgem Maria, Imaculada, depois de terminar o curso de sua vida terrestre, foi elevada em corpo e alma a glória celestial; e , tornada semelhante a seu filho, que ressuscitou dentre os mortos, participou antecipadamente da sorte de todos os justos. Cremos que a Santíssima Mãe de Deus, nova Eva, Mãe da Igreja, continua no céu a desempenhar o seu ofício materno, em relação aos membros de Cristo, cooperando para gerar e desenvolver a vida divina em cada uma das almas dos homens que foram remidos”.

O Anjo do Senhor

· O anjo do Senhor anunciou a Maria...
Maria, assim como Jesus, era esperada e profetizada pelos homens de Deus:
1. Quem anuncia Maria pela a primeira vez?
R: O próprio Deus Pai. ( Gn3,14-15 )
2. Deus, através do profeta Isaias, anuncia que dará ao mundo um grande sinal. Que sinal é esse?
R; Eis que uma virgem conceberá e dará a luz um filho e o chamará Emanuel, Deus Conosco. (Is7,14)
3. A profecia é anunciada como um sinal e o rei Acaz o recusa; José, depois da aparição do anjo do Senhor, aceitou e acolheu Maria como esposa e acreditou no sinal profetizado. Os judeus ainda esperam o cumprimento da profecia; os cristãos acreditam no cumprimento da profecia e acolhem Jesus; José poderia ter acolhido Jesus se efetivamente tivesse rejeitado Maria?

· E ela concebeu do Espírito Santo.
A virgem pergunta ao anjo Gabriel: “ como se fará isso, pois não conheço homem?” (Lc1,34)
1. Qual é a resposta do anjo?
R: “A força do altíssimo te cobrirá com sua sombra; e por isto aquele que nascer de ti será chamado Santo, Filho de Deus.” (Lc1,35) E assim a virgem se torna esposa do Espírito Santo. Se compararmos Lc1,35 com Ex40,35 podemos entender o título “Arca da Aliança” dado a Maria:


Lc1,35 Ex40,35
“A força do altíssimo te cobrirá com sua sombra; e por isto aquele que nascer de ti será chamado Santo, Filho de Deus.”
“A nuvem cobriu com sua sombra o tarbenáculo e a glória de Deus encheu sua morada”

Maria visitou Isabel e ficou com ela cerca de três meses.A Arca da aliança também ficou com Obededom três meses. As passagens: Lc 1,43-56 e 2Sam 6,9-11 também faz um paralelo entre Maria e a Arca do Senhor. A Arca só poderia ser tocada por mãos de sacerdotes e José será que, assim como Oza, aventuraria tocar como homem em Maria ou teria a prudência de Davi?
Escreve Santo Ambrósio ( ano 389-390 ):
“... Cristo veio a este mundo graças a um parto virginal, sem romper os claustros fecundos da pureza. Permaneceu integro em seu pudor e se conservaram intactos os selos da virgindade... Esta porta, disse o senhor, há de permanecer fechada e não se abrirá...Bela porta! Maria, que sempre se manteve fechada e não se abriu! Passou Cristo através dela, mas não abriu”.
Santo Inácio de Antioquia (ano 107) escreve aos efésios:
Nosso Deus, Jesus Cristo, tornou carne no seio de Maria segundo o plano de Deus... Permaneceu oculta ao príncipe deste mundo a virgindade de Maria e seu parto, como igualmente a morte do Senhor: três mistérios de grande alcance, que se processam no silêncio de Deus.”
Assim como o demônio não entendera que o senhor Jesus nasceria de uma virgem sem violá-la, muitos também não entendem, ainda hoje.
2. São Paulo na carta aos efésios ( 1,3-4 ), exalta a Deus Pai por qual motivo?
R: Por lhe ter escolhido em Cristo antes da criação do mundo para ser santo e irrepreensível.
Em 1854 o Papa Pio IX declara que a Virgem Maria por singular graça e privilégio de Deus Onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, foi preservada imune de toda mancha de pecado original. Instituindo assim o dogma da Imaculada Conceição.
Santo Ambrósio – século IV – pergunta: “ Porque procuras a ordem da natureza no corpo de Cristo, quando o próprio Senhor Jesus foi concebido por uma virgem fora do curso da natureza?”
Eis aqui a serva do Senhor...
O anjo Gabriel explica a Maria que a Deus nenhuma coisa é impossível. Onde se encontra essa passagem?
R: Lc 1,37
Qual a grande diferença entre as virgens Eva e Maria?
R: São Justino Mártir – ano 155 – comparou: “ Eva era virgem e incorrupta; concebendo a palavra da serpente, gerou a desobediência e a morte. A virgem Maria, porém, concebeu fé e alegria quando o anjo Gabriel lhe anunciou a boa nova...”
Faça em mim segundo a vossa palavra.
No sexto dia o homem foi criado, segundo a palavra de Deus. Em Maria, segundo a palavra de Deus, o novo homem foi criado.
Quem foi a primeira pessoa a chamar Maria de “Mãe do meu Senhor”?
R: Isabel. ( Lc1,42 )
Maria, no versículo 48 deste mesmo evangelho, faz uma profecia. O que diz essa profecia?
R: Desde agora, me proclamarão bem aventurada todas as gerações.
Certamente Maria não entendera a real dimensão do seu sim. Os discípulos também demonstraram tamanha perplexidade diante do ensinamento de Jesus na sinagoga de Carfanaum ( Jô 6,59-69 ). Qual dos discípulos que como Maria, mesmo sem entender nada, deu uma resposta semelhante a resposta de fé de Maria? E qual foi essa resposta?
R: Pedro. “Senhor, a quem iríamos nós? Tu tens palavra de vida eterna. E nós cremos e sabemos que tu és o Santo de Deus!”
Os que acharam que tal ensinamento de Jesus era muito forte se afastaram da verdade. E você acredita nos mistérios que envolvem a santíssima Virgem Maria, Imaculada?
E o verbo se fez carne...
A união entre a Mãe e o Filho se manifesta desde o momento da concepção virginal até a morte na cruz. Destaque, localizando na bíblia, a presença de Maria na infância, nos milagres, na pregação, na paixão e morte de Jesus.
R: L c 2, 48; Jô 2, 1-12; Mt 12, 47; Jô 19,25-27;
E habitou entre nós.
São Paulo nos ensina que o salário do pecado é a morte. São João nos ensina que quem diz não ter pecado é mentiroso. Onde estão essas passagens?
R: Rm 6, 23; 1Jo 1, 8.
A virgem Maria foi concebida sem pecado. Quando se deu a sua redenção e quem a redimiu?
R: No primeiro instante de sua vida. Por singular graça e privilégio de Deus Todo-poderoso e em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano.
A palavra narra a ascensão do Senhor Jesus. A Igreja crê e declara a assunção de Maria. Onde se encontra a passagem que narra a ascensão de Jesus aos céus e qual a diferença entre ascensão e assunção?
R: At 1, 9. Ascensão: elevar-se (Jesus elevou-se); assunção: ser elevado (Maria foi elevada).